
Onde está a sua mente, está a sua energia. Enquanto teoria é familiar, enquanto prática é difícil de lembrar ou até mesmo acreditar. Se quero realmente me compreender, deveria observar com mais regularidade onde ela se encontra e como ela se encontra. O estado energético que estou nesse momento e minha consciência é o resultado direto destas andanças. Se realmente compreendêssemos essa relação dedicaríamos alguns instantes do dia a dia para rastrear nossa mente.
Na teoria não temos muita dificuldade em compreender essa sentença, mas ‘O que significa na prática?’. Faço um pequeno desafio para você que está lendo este texto: Durante a leitura do texto que se segue observe quantas vezes sua mente sairá para outro local. Quando identificar, anote onde se encontra e como está se comportando.
Para facilitar dou um exemplo do comportamento: Despretensiosamente estou lendo um texto e sem perceber minha atenção é atraída para uma lembrança do meu trabalho. Essa lembrança traz uma situação em que me senti injustiçado. Imediatamente inicia-se um diálogo e uma reivindicação para o caso, juntamente com a imagem da pessoa em questão. Nesse momento o que percebo é a cena que se constrói de forma quase automática na minha mente mas não percebo a energia do meu sistema. Enquanto a cena se desenrola, boa parte da minha energia está sendo conectada a este espaço físico e às pessoas deste espaço físico. Além dessa conexão, agora entra em cena o estado da energia, pois estar fixado a alguém faz com que a frequência desse alguém atue na minha frequência, portanto parte desse alguém já está transformando a minha energia. E por último, a confusão da situação, revolta pela possível injustiça e a impotência por não poder agir nesse momento produz uma vibração de liberação de agressividade porém com uma contenção pela impotência. Que caos! Mas é isso que acontece o tempo inteiro.
Neste momento, se você voltar a observar o seu todo poderá identificar agitação em certas partes do corpo, peso em outras e com as mais variadas sensações que podem ter manifestações emocionais que para um não observador, jamais associará a essa viagem da mente.
A mente faz isso o tempo todo, conecta a minha energia a locais, pessoas e situações sem que eu saia do lugar. Essa conexão altera a minha vibração por ressonância da situação, das pessoas e dos ambientes. Sem perceber, parte dessas viagens passam a ser ‘eu’ em vibração.
No caso acima, por ser uma vibração mais lenta e desorganizada, trará a consciência para esse mesmo nível e experimentarei como sensação de desconforto e insatisfação quando trouxer a mente de volta para casa, afetando diretamente a sensação das relações do momento atual, seja do ambiente que estou ou da presença ou ausência de pessoas. Na presença de pessoas poderei culpá-las pela minha sensação desconfortável, e na ausência delas poderei justificar o desconforto por estar sozinho.
Com esta sensação, a mente dissimulada te falará: ‘Está chato o que estou fazendo, que tal fazer uma pausa para um lanchinho, para acalmar esse incômodo? Você merece, deixe suas promessas de lado, amanhã quando estiver melhor você recomeça a dieta…’
Faça esse exercício: Demarque um espaço de meia hora por dia. Nessa meia hora continue suas atividades observando se a mente está com você nessa atividade. Quando perceber que não está, observe onde foi e que tipo de ligação ela está fazendo. Você vai se surpreender.
Importante: não tente resolver nada enquanto observa, você só está estudando.
Talvez a gente precise muito menos do que pensamos para nos arrumar energeticamente. É só uma questão de menos conexão aleatória e mais observação na origem das sensações.
Voltaremos ao assunto.
Marcos Rogério Marchi – Núcleo de TAME