
Chega de fórmulas prontas!
Chega de empacotar e vender o autoconhecimento. Esse caminho deveria ser vivido e percorrido individualmente. Só assim ele se transforma em uma forma verdadeira e real de autoconhecimento, não apenas uma fórmula idealizada e externa a nós mesmos. Se você se sente preenchido e transformado quando acaba de ler um livro com esse tipo de proposta, talvez seja porque ele criou em você uma ilusão de sabedoria.
Essa ilusão pode ser decorrente do formato comercial da autoajuda, em que os capítulos se estruturam em receitas, manuais e fórmulas prontas. Embutida nesse conceito está a promessa de que, caso você siga essas fórmulas, finalmente estará transformado. Nosso cérebro é facilmente enganado e seduzido por fórmulas bem estruturadas e convincentes. Quando termina de ler um desses livros, o leitor tem absoluta certeza de que já está transformado, antes mesmo de ter dado qualquer passo adiante neste sentido. Dali a alguns meses, ele já se esqueceu de quase tudo o que leu, uma vez que não aplicou esse conhecimento.
O que o leitor faz, então? Compra outro livro, outro curso e inicia todo esse processo novamente. Tudo o que busca formatar, doutrinar, enquadrar e criar regras estritas pode ser nocivo ao espírito, simplesmente, porque mata a criatividade, a autenticidade e a individualidade de cada um.
Essa busca é um processo individual e solitário. É você consigo mesmo, e, de preferência, sem apego aos mestres e sem fórmulas prontas. Afinal, a maior autoridade em relação a tudo o que lhe diz respeito é você mesmo. “Ninguém pode andar com as pernas dos outros”.
É óbvio que o mestre também tem o seu papel, também pode servir de farol e nortear o caminho do autoconhecimento. Mas existe uma distância enorme entre encaminhar e ajudar, ou pegar pela mão e conduzir.
O autoconhecimento só é possível através do mergulho e do aprofundamento em si mesmo.
Nuno Cobra Jr.