
O que você prefere: Ter consciência da energia ou da Teoria da energia? Se você pensa que é a mesma coisa fique atento, pois pode estudar muito sobre a energia e não estar desenvolvendo a habilidade para lidar com a mesma. A teoria é objetiva, já a vida é subjetiva. A teoria está na mente, a energia está no todo. No texto que segue, Kenji Tokitsu nos ajuda a compreender melhor essa questão.
“Quando se trata de ki, não é raro que as pessoas que se consideram racionais rejeitem a ideia a priori, porque o ki não é tangível e, sem dúvida mais profundamente, porque está conectado à experiência subjetiva. O fato é que ki não é um conceito abstrato; é um conceito que surge do ouvir as sensações corporais por meio das quais se percebe o ambiente e também, ao mesmo tempo, a maneira como a pessoa está situada nele.
Ki é sentido por meio do corpo e é dada a ele uma representação mais ou menos definida, dependendo da cultura em questão. A sensação de ki é intensificada quando a autoconsciência especulativa é empurrada para um segundo plano. Isso acontece em graus variados, dependendo de quanto as pessoas queiram abandonar seu ego em favor do que as cerca. Se o ego é reforçado, a sensação de ki diminui. De um certo modo, o estado da mente de alta consciência do ki vai contra o processo cartesiano. Ao estar atento à sensação de ki, a pessoa se dissolve em seu ambiente pois diminui a sensação de ter a própria existência como centro.”
Portanto a prática da energia é a dissolução do ego e o estudo teórico é seu fortalecimento e, consequentemente com consciências quase antagônicas.
Marcos Rogério Marchi – Núcleo de TAME